Certa vez, uma jovem que reclamou da vida para seu pai, comentando como as coisas eram difíceis para ela. A adversidade da vida a estava oprimindo, e ela queria desistir de tudo. Enquanto ouvia, seu pai encheu três panelas com água e as colocou sobre o fogão. Na primeira colocou fatias de cenoura; na segunda, ovos; e na terceira, grãos de café. Ele deixou a água ferver por alguns minutos e colocou cada item na frente dela.
O pai pediu que a filha experimentasse as cenouras. Ela pegou um pedaço e esmagou entre os dedos. Ele, então, pediu que ela examinasse o ovo.
Ela pegou um, quebrou a casca e viu que ele estava bem cozido por dentro. Finalmente, ele pediu que ela tomasse um gole de café. Ela sorriu ao provar seu rico sabor.
– O que significa isso? – perguntou a filha.
– Cada ingrediente – falou o pai - foi sujeito à mesma situação, que foi a água fervente, mas cada um reagiu de maneira diferente. As cenouras eram duras, mas após serem cozidas ficaram moles. O ovo era frágil, com uma fina casca externa e seu interior era líquido, mas depois de passar pela água quente mudou e ficou duro. Os grãos de café mudaram pouco, porém “melhoraram” o sabor da água.
A vida é cheia de adversidades, e muitas vezes não temos como fugir. Certamente no mundo de hoje vemos provações em cima de provações. Uma pandemia global. A morte de entes queridos, furacões, terremotos, enchentes, racismo, desemprego, caos, etc. Podemos ser amassados por elas. Podemos permitir que elas nos deixem mais rígidos. Ou podemos tirar o melhor delas, melhorando a situação. Mesmo sendo difícil, temos o poder da escolha.
Então, qual deles é você? Quando enfrenta uma adversidade, um problema, como você reage? Você é como uma cenoura, como um ovo ou como os grãos de café?
Aprendemos no guia das escrituras que por meio da adversidade – testes, problemas e aflições – o homem pode viver muitas experiencias que o levam ao crescimento espiritual e progresso eternos, buscando o Senhor. Isto é semelhante ao processo de transformação da grafite em diamante, que carece da aplicação de pressões e temperaturas enormes. Sem estes pequenos momentos de pressão e temperatura elevada, como poderemos ser os diamantes brilhantes que devemos ser? O Senhor esta e estará sempre connosco. Nunca estamos sós - “Sê paciente nas aflições, pois terás muitas; suporta-as, contudo, pois eis que estou contigo até o fim dos teus dias. “ (Doutrina e Convênios 24:8).
O desespero, o medo, e todos os sentimentos semelhantes surgem no momento que perdemos a visão eterna do processo de transformação divina que nos foi presenteado por nosso Pai Celestial, a fim de podermos vir a ser como Ele é, e que na verdade, são apenas pequenos momentos com bênçãos disfarçadas e lições escondidas. E como poderemos reconhecer e preservar a nossa perspectiva eterna? Simples…sendo gratos. A gratidão permite reconhecermos a mão de Deus em todas as coisas, e é um dos ingredientes principais para uma vida de abundancia espiritual e alegria intocável. Os anseios se esvanecem, o passado é visto como uma biblioteca de lições e aprendizado; o futuro como uma fonte de esperança e oportunidades; e o presente vivido como um presente forjado pelas mãos do Pai Celestial.
Para retermos este sentimento, permitam-me partilhar três sugestões:
Amplie a sua visão
Comparada a expiação de Cristo, todas as nossas dores, sacrifícios e dificuldades são insignificantes. Somos ensinados a sermos felizes acima de tudo. E assim será, se aceitarmos os frutos que advêm do agarrar a barra de ferro diligentemente, e vivermos da palavra de Deus diariamente com esforço e caridade. Pois quando vivemos nossas vidas com uma perspectiva eterna, percebemos que nossas bênçãos sempre superarão nossas provações.
“Sugiro que vejamos a gratidão como uma disposição, um modo de vida que independe de nossa situação atual. Em outras palavras, estou sugerindo que, em vez de sermos “gratos por coisas”, devemos concentrar-nos em ser “gratos em nossas circunstâncias” — sejam elas quais forem.” – (Gratos em Quaisquer Circunstancias, Conferencia Geral, Abril 2014, Élder Dieter F. Uchtdorf).
Entenda que as adversidades nos moldam
Quantas de nossas melhores características aprendemos através da adversidade? Acredito que a maioria delas. “Meu filho, paz seja com tua alma; tua adversidade e tuas aflições não durarão mais que um momento; E então, se as suportares bem, Deus te exaltará no alto; triunfarás sobre todos os teus inimigos. “ (Doutrina e Convênios 121:7 – 8).
Encontre o presente escondido
Muitos de nós estamos a passar por problemas neste momento. E vemos o mundo a nossa volta cheio de medo, raiva, confusão e desesperança. Porém, triunfamos sobre essas emoções e somos uma luz para que outros possam seguir, pois conhecemos a fórmula. Só precisamos ter determinação e fé para segui-la. Ao passarmos por tudo isso, o Senhor nos oferece uma paz mais poderosa do que o pânico.
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27).
Em sua mensagem proferida na Conferência Geral de 1997, o Élder Maxwell ensinou com grande autenticidade: “Ao confrontarmos nossas próprias (…) provações e tribulações, também podemos suplicar ao Pai, como fez Jesus, que ‘não [queremos] (…) recuar’ — que significa retroceder ou retrair (D&C 19:18). Não recuar é muito mais importante do que sobreviver! Além disso, partilhar da taça amarga sem que nos tornemos amargos também faz parte de nosso empenho de imitar o que fez Jesus”. E como ensinou o Élder Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos: “Vivemos para morrer, e morremos para viver de novo. Da perspectiva eterna, a única morte que é realmente prematura é a de alguém que não está preparado para encontrar-se com Deus”. Uma perspectiva eterna é parte da paz que o evangelho pode nos proporcionar.
O Senhor nos conhece. O Senhor nos ama. E o Senhor quer nos ajudar. Calamidades e adversidades virão, mas não precisamos temê-las. Se estivermos dispostos a ser guiados e pedirmos Sua orientação, o Senhor por meio do Espírito Santo nos ajudará a preparar-nos para quaisquer situações, a sobreviver a elas e a reerguer-nos.
Em nome da Presidência da Estaca estendo o nosso amor e preocupação genuína por cada um de vocês, pois juntos somos um em Cristo, e uma Família Eterna. Somos parte da história da família do Pai celestial. Presto meu testemunho que Ele vive, e que Ele nos ama vigorosamente. O Seu amor nunca falha. Jesus Cristo é o Mestre, e o Senhor de nosso coração, mente e força, se o permitirmos. Nas escrituras encontramos o seu caracter, e a alegria da fonte da água eterna que advém do copiarmos os Seus passos. Ele é o nosso maior exemplo, e a sua palavra nunca falha. Eu creio nisto com todo o meu coração. Em nome de Jesus Cristo, amém.